Assim Será

A brisa da tarde acariciou os meus cabelos, agora, tão negros.

Tinha perfume agradável, sensação de bem estar...

Fechei os olhos para receber aquele carinho, e entregar-me sem medo ao que me era concedido.

Tempo estagnado...

Abri os olhos e as folhas das árvores cantavam para mim, um canto de paz.

As nuvens bailavam divinamente ao som daquele canto...

Molhei as pontas dos dedos na água fria que corria da cachoeira. Frescor na alma!

Naquele momento de recolhimento, na busca de meu eu, a natureza a me revigorar.

Em sua caridade magnânima, entalhou em minha pele sua força, para me permitir voar...

Voar?

Eu, que sempre envaideci-me por manter os pés no chão?

Mas, com que intuito?

Está tudo certo, tudo no seu lugar, perfeitamente alinhado!

Voar?

O vento irá arrancar meu rótulo, como permitirei?

E se cair? Quem há de me levantar?

E se me perder? Quem há de me encontrar?

Escureceu...

E eu, covardemente, adormeci...Inerte, temerosa.

Ao acordar, vestirei o mesmo uniforme, e assim será.

Catia Schneider
Enviado por Catia Schneider em 17/02/2006
Reeditado em 17/02/2006
Código do texto: T113115