Quero abraçar açucar e afeto

Ando chata, de saco de cheio de muitas coisas,

mais uma crise. Crise é renascimento, então

nascerei de novo, mas antecipo minha chegada

trazendo em mãos muito açucar e muito afeto.

Já tive fases de encantamentos, quando me apaixonava

colocava asas no estômago, e as estrelas nos olhos

Depois passava o encanto, e no estômago a lembrança

de asas quebradas e nos olhos um brilho perdido.

Depois dessa revolucão de asas,

Encantei-me novamente, dessa vez

as borboletas dançaram no meu estômago

E meus olhos cultivaram um jardim de estrelas

Depois percebi que esse que tanto me encantou

era tão humano quanto qualquer Zé na esquina

Tarde demais....

Embarquei num barco furado.

Tem aquele dito popular “Mulheres sensatas, escolhas insensatas“.

Nunca um ditado me vestiu tão bem

Pior, esse barco mesmo a deriva, segue rio abaixo

com seus furos e seus remedos

Esperando encontrar um porto de açucar

para abraçar e ancorar no afeto...

E o amor navegando nas ondas da ausência

A saudade mapeando esperanças

E a solidão acariciando arrepios

... Minha alma segue o curso do rio escolhido

O corpo faminto, ainda acredita em juras de amor...

E as borboletas sedentas

reviram meu estômago

procurando açucar

para ressuscitar o encanto....

Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 20/08/2008
Reeditado em 03/03/2023
Código do texto: T1138175
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