NO PÓDIO COM A EMOÇÃO
Nesta onda de calor
Do peito, sem jeito aos olhos dos outros
Primo pela música, pela boa, e velha música
Muito mais boa do que velha
Ao nosso, outra cega Bossa Nova
A espreitar nos céus gigantes pela própria impureza
No lastro inube do tempo
Que, em folhas decíduas, caindo e escoando
Busca o mel das tardes primaveris, quase infantis
Não primo pela beleza das notas, inflo-me.
São cores a se esvaírem num salto ornamental
Gesto pleno e tormento abissal
Mais que um nada sem sentir
Mais desejo, exatidão
Canto a me tornar anão
Diante dessa amplitude
Perante o mastro apocalíptico do céu
À Maurren que me fez chorar, ao barquinho em cuja felicidade aflora...
Tempera todo casto vão enclausurado de estrela que ostentamos por rigor
No ápice do ardor, a rota e incessante missão do amor
Só sendo humano a emergir dos lenços hipócritas e magistrais
Só sendo poeta para sentir, sorver, lamber e se movimentar com a emoção.
Desta feita, declaro:
Morra não!