NO PÓDIO COM A EMOÇÃO

Nesta onda de calor

Do peito, sem jeito aos olhos dos outros

Primo pela música, pela boa, e velha música

Muito mais boa do que velha

Ao nosso, outra cega Bossa Nova

A espreitar nos céus gigantes pela própria impureza

No lastro inube do tempo

Que, em folhas decíduas, caindo e escoando

Busca o mel das tardes primaveris, quase infantis

Não primo pela beleza das notas, inflo-me.

São cores a se esvaírem num salto ornamental

Gesto pleno e tormento abissal

Mais que um nada sem sentir

Mais desejo, exatidão

Canto a me tornar anão

Diante dessa amplitude

Perante o mastro apocalíptico do céu

À Maurren que me fez chorar, ao barquinho em cuja felicidade aflora...

Tempera todo casto vão enclausurado de estrela que ostentamos por rigor

No ápice do ardor, a rota e incessante missão do amor

Só sendo humano a emergir dos lenços hipócritas e magistrais

Só sendo poeta para sentir, sorver, lamber e se movimentar com a emoção.

Desta feita, declaro:

Morra não!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 22/08/2008
Código do texto: T1141409
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