Remendando o Coração
Com os punhais que a vida me deu
Construir castelos do mais refinado mármore
Onde me deleito em roer as amarras
Que me pus a cultuar
Meu coração agora vazio
Devaneia pelas ruas vazias da certeza.
Mas uma vez, remendo meu coração
De tantas ilusões que me permiti viver
Quem ousará me contrariar, da minha incerteza?
Nem eu mesma, conseguirei vencer a decepção.
Que me agora me elucida ao amanhecer
Dessa triste cidade de porto solidão
Que teimo em viver
Com uma agulha, linha e poucas lagrimam.
Começo o remendo sofrido
Já com a pratica de costurar aquele
Que um dia merecera amar verdadeiramente
Mas que ainda não foi digno de tal proeza
* Memórias Fúnebres de Sophia de La Boétie