De que vale Rimas e as Regras?
 
Posso não possuir a rima perfeita
Ou as regras de concordâncias
E coerências de certas frases
Posso até ainda não acertar na gramática
Ou conjugar verbos inexistentes
Mas isso não me importa
Para que tantas regras
Tantos advérbios, artigos, pronomes.
Se eu não tiver o doce amargo da alma
Na ponta do lápis
Não ter o descarrego de minhas emoções
Mundanas e férteis
Um pouco do meu amor depositado
Nos meus versos soltos sem rima
De nada me adiantara o esqueleto sonetista
E rimas fracas sem sabor
Se a cada linha que escrevo
O gosto agridoce do meu sangue
Na estiver sendo sentido
De nada me adiantará escrever
Sentir. Desabafar. Inebriai-me
Elucidar a quem me ler
A quem sente que a dor me acompanha
Mesmo que eu a finja rejeitar
E que amor me observa
Calado. Distante. Destruído.
E enamorado por não poder ser meu.
De que me adianta as regras
Se com elas não conseguirei transcrever a mim
Se nelas não me encontrei
Jogada. Sofrida. Amada
Se com meus versos soltos de rimas sem noção
Derramo minhas lágrimas
Amargas. Doídas. Sufocadas
De anos - luz de uma vida regada
A um passado virtuoso por existir.
Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 14/09/2008
Código do texto: T1177439
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