A Clareza de Zenão
Desce a clareza ao mausoléu do repouso, onde outrora vertera a fonte das fontes de redundantes, redundantes e redundantes pensamentos.
Apenas mais um fato de que tantos e tantas coisas a significar pode simplesmente omitir-se de ser algo muito além de algo.
O surreal é só uma ilusão, e o real: abstração. E de conclusões e conclusões a que nunca chega a clareza, inclui-se o fim das escadas que levam ao repouso eterno de seu amigo eterno, o repouso.
“Mas será possível.. será que hão esses degrais de nunca findarem-se, será mesmo que piso, será que claramente piso?” e a clareza não está tão certa ao perguntar-se disso quanto estaria ao se perguntar se o repouso repousa ou se simplemente, sinonimamente descansa:
“oh certeza minha que não há de surgir, manda-me alguma parte tua que nunca virá!”
..e do céu cai nada mais nada menos do que ''nada'':
“Eu sabia que não me decepcionarias, é fato concreto e indubitável que agora hei de obter sucesso em minha empresa de contra-escalada desta descida”. E sem embuste desceu, degrau a degrau de forma a ter plena ciência de que realmente seu movimento não era uma ilusão, ou tendo a ilusão plena e catársica de que não estava a se iludir.
Chegou ao fim da escadaria e deparou-se com um umbral preguiçoso o sufiente para que de si nada apresentasse aos olhos além de algo que emoldura uma porta entreaberta.
Empurrou-a de modo a desfazer o segredo que fazia do conteúdo do cômodo que encerrava.
Olhou, olhou, e acabou por chegar-lhe a cabeça, a idéia de que realmente encontrara o que havia para ser esperado: um homem forte, com uma armadura característicamente grega, do período helênico, parado, olhando para a porta, aos prantos, apontando o dedo, como que de modo a denunciar um deboche alheio à sua pessoa, a uma tartaruga que figurava a alguns metros de distância.