{ De repente...}

De repente, a sombra aquieta a fúria luminosa das coisas vivas.

A sombra se aquieta nas coisas vivas cheia de luminância.

Vôo de pássaro flanando asa de sombra, nuvem encobrindo o fundo de mar. Luz trêmula se espriguiçando na superfície, na super fina aparência das horas fundas.

De repente, o alívio do vento penetrando a vida de enorme quentura no interior de casas velhas, dos lagos, e das casas ao fundo dos lagos, o vento balançando sombras, coisas vivas e cintilantes nas sombras.

De repente o mar, a praia, o ar, as ruas, o corpo, meu pescoço, minha cabeça, meus cabelos apinhados de primavera. Colho flores, peles-pólens, algas, anêmonas no meu mar de mim.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 22/09/2008
Reeditado em 22/09/2008
Código do texto: T1191087