FELIZ NATAL
Nessa noite,
Estou aqui tentando
Escrever o que realmente
Estou sentindo nesse exato instante.
As horas avançam,
E estamos quase no natal.
E uma semana depois,
Tentamos enterrar,
Com o ano que se vai,
Todas as nossas tristezas, angústias.
Na verdade, apenas damos um tempo nelas;
E só resolvemos encará-las verdadeiramente,
Depois do carnaval.
Outros mais corajosos,
Preferem enfrentar depois da páscoa...
Mas isso é apenas uma das coisas
Menos importantes que eu tenho a dizer.
É que nesse novo ano
Alcanço a minha terceira década de vida,
Mas, essa não é a minha maior preocupação.
A verdadeira intenção é saber
Se apenas eu estou sentindo isso.
É que a pelo menos uns oito ou dez anos,
Eu não venho percebendo aquela magia de antigamente
Que cercava o natal.
O espírito natalino; já venho percebendo-o ausente há muitos anos.
Não sei se é porque cresci
E matei inconscientemente dentro de mim,
Aquela imagem mítica que todos nos amamos um dia.
A imagem do risonho e bonachão, Papai Noel.
Não deveríamos tê-lo matado por completo,
Apenas amenizado a sua influência sobre nós.
As pessoas antigamente se reuniam, se confraternizavam...
As pessoas que estavam brigadas esquecem por alguns dias;
Ou definitivamente suas indiferenças.
Escrevo esta poesia faltando apenas duas semanas para o natal.
E aquela magia parece-me ter se dissipado.
Antigamente, eu já sentia o clima de natal,
Na última semana de novembro.
As pessoas ao invés de estarem de amando mais,
Estão se odiando e se matando mais e mais por coisas estúpidas.
Perdemos o respeito mutuo,
Perdemos o respeito próprio,
Perdemos o respeito pelo planeta em que vivemos,
Perdemos o respeito por Deus.
A minha intenção, ao estar escrevendo esta carta,
Não diria poesia em si. Não é deixá-la, como um marco, um legado.
A minha real intenção é tentar alarmar as pessoas;
De como era bom o espírito natalino.
Onde todos, até mesmo os estranhos se confraternizavam,
Se cumprimentavam...
Mantenhamos nossas famílias unidas.
Todos os integrantes, não reneguemos ninguém.
Para que possamos assim então,
Unir, juntar toda a família.
E tentar resgatar o que deixamos lá trás.
Ainda há tempo, de resgatar.
Por enquanto, um felicíssimo natal e grandioso ano novo.
11/12/2003