Dois Corpos

Um único ser,

A soma de dois corpos.

Dois corpos febris,

Duas almas sibilantes,

Que se abrasam,

Se tocam,

Murmuram...

Ah, quem dera eu.

Quem dera meu corpo e o teu:

Comunicação carnal,

Bélica e espiritual.

Embebida em carne

Guerreando consigo mesma

Tais almas cruas.

Despidas e despudoradas

De qualquer vergonha,

Porque pecado é não amar,

Não saber amar...

Não saber que dentro de si

Um onze são dois uns

Que somados são dois;

Dois corpos.

Corpos primitivos, corpos!

Libido desenfreado meu

Que nada conquista,

Nada tem,

Nada pede,

Nem sequer retém.

Dedos, bocas, olhos,

Mãos, meras mãos,

Membros calados, ocupados,

Ritmos descompassados

Entre nós dois.

Entre nossos corpos.

Doces e bárbaros corpos.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 25/09/2008
Código do texto: T1196433
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