O GOZO DA LUA

Intranqüila e casta réstia de olhar

Rompe o silêncio – coxo e abusivo

Grita “ai” carnudo – virgem no tempo

Mais fogo, menos desejo, mas o afago é mudo

Rasga o poema como hímen abrasado.

Tubérculo insano a suspeitar, ligeiro

Da introspecção da vida alheia

Um terço e a supra-odisséia implantada

Ao ouvir gestos duma atitude lícita, brada lua mansa

Desses colos nus em demasia a espreitar na areia.

Pelos céus, roupas e peles

Mais desejo segredando e dando... mordaças encolhidas

Encalacradas e vis açoitam prazeres

Dentre os dizeres, o mel engomado e sereno abocanha

No ato mais ponderado do cio em chamas:

A paixão a perfurar, sem medida, a epopéia extasiada.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 25/09/2008
Reeditado em 25/09/2013
Código do texto: T1196687
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