O GOZO DA LUA
Intranqüila e casta réstia de olhar
Rompe o silêncio – coxo e abusivo
Grita “ai” carnudo – virgem no tempo
Mais fogo, menos desejo, mas o afago é mudo
Rasga o poema como hímen abrasado.
Tubérculo insano a suspeitar, ligeiro
Da introspecção da vida alheia
Um terço e a supra-odisséia implantada
Ao ouvir gestos duma atitude lícita, brada lua mansa
Desses colos nus em demasia a espreitar na areia.
Pelos céus, roupas e peles
Mais desejo segredando e dando... mordaças encolhidas
Encalacradas e vis açoitam prazeres
Dentre os dizeres, o mel engomado e sereno abocanha
No ato mais ponderado do cio em chamas:
A paixão a perfurar, sem medida, a epopéia extasiada.