POR TRÁS DA NOITE MOLHADA

Pior que tua alcunha plagiada - versos e bocas

É lamber com a língua ignota, teu fuço de marmota

À repugnante amizade entre o peito e o hímen

Chegando à rota margem e esmerilhando sandices

Duas vezes cerrada à imagem do leito e do homem.

É crônico, mas é inchaço

Se não o fosse, não haveria em nós o alento

Nem seria tão belo e nem tão viva a página

Sangraria, sem merecimento, a regra hepática

E o edredom riria, debalde, por toda a noite molhada.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/09/2008
Código do texto: T1204526
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