VÔMITO

A prender a alma no travesseiro, travessia incorpórea

A emergir cedo dos lençóis, devaneio cantante

Sentimento galopante e estapafúrdio

Ardendo mais do que a lagarta de fogo

Alheio ao mundo desse ninar obscuro - intumesce

O que a música resgata em tons de cinza.

O véu irrompe o silencio e... haja!

Das vezes que fui nau na água impura e soberana do teu ser

- Invólucro de prata, sargento da dor –

Antecipando e, por demais, maquiando a satisfação e o pejo

De ser vingativo, de ter escada para alcançar meus muros serenos (nada secretos)

Tenho a pá, mas a enxada não trabalha à treva.

Só, às vezes, nega-me ó amigável peito!

Que não se alimenta direito, nem descasa

Não conhece o lado imundo do anti-verso

Nem discorre sobre as veias ressequidas.

De que forma se faxina o queixo?

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/09/2008
Reeditado em 30/09/2008
Código do texto: T1204596
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