Voar

Às vezes, sinto vontade de saber. Será que André sabe voar? Com uma pretensiosa convicção de saber planar sobre as nuvens e montanhas. Conhecer novos mundos que não seja o SEU MUNDO. Será que ele se interessaria por guerras, confusões, violência, assassinatos e outras coisas mais. Mas, ao mesmo tempo, penso. Não será necessária a Lei da Destruição para que venha a Lei da Renovação.

Mas até nos sentimentos, a força da gravidade mantém André preso a vínculos que até hoje não conseguiu aceitar. São seus mistérios e porquês.

É como se a vida o conduzisse para os meus mais íntimos sonhos e uma força poderosa, mas sem preceitos, estabelecidos por outrem, lhe chamasse a atenção e não lhe despertasse para a razão.

Uma razão que não me cabe julgar ou aceitar, pois ela existe dentro dele.

Será que André gostaria de voar! Sem local e hora de pouso. Simplesmente voar! Voar em busca do seu viver, voar em busca da sua aprendizagem, da gastura dos seus processos íntimos, bailados por novos nós de afeto do seu "eu", voar nos seus sonhos e desejos mais íntimos, como um pássaro, que ao olhar para baixo, sente a fragilidade dos que se encontram sobre a terra. Extasiado não se sentiria distante como já é, como já SE projeta, como já SE busca.

Acho que André não gostaria de encontrar todo tipo de mesquinharias, vindas do Oriente ou Ocidente, de outros planos, outras galáxias e outros universos.

Talvez este menino meu até tentasse um vôo rasante, mas longe de se iludir com a paisagem tão próxima e batendo com toda força suas asas, fugiria, como se já conhecesse aquele lado falso do belo e não quisesse mais se iludir.

Permanecendo longe de tudo e de todos. Evitando sofrimentos e questionamentos.

Sendo um pouco egoísta para quem o quisesse julgar, mas vivendo, não sei como,

o seu sonho de superioridade.

Mesmo sendo um sentimento diferente, que dentro dele, não significasse, exatamente,

superioridade e sim liberdade.

Voar, voar, voar...

Um vôo sem limites, sem rumo, mas um vôo verdadeiro, de um ser que nunca vai se encontrar na realidade, pois seus sonhos são maiores, mas impossíveis, porque o mundo não é dele e o rumo das leis já estabelecidas, não mudam.

Voe ANDRÉ LUIS RIAN! Não olhe para baixo, não olhe a razão! Simplesmente voe! Procure ser feliz!

É difícil, eu sei! Mas me faça também um pouco feliz, vendo-o partir. Saia dessa prisão, e não se culpe. Você foi feito para viver livremente, não se puna por um desejo, que está lhe sufocando.

Ponha-o em prática e se não der certo, o caminho de volta você também conhece e pode tentar regressar, mas, mais bonito e corajoso, menos deprimido e confiante. Você irá se conhecer e, irá, com certeza, mudar sua pequena vida.

Lembre-se de que onde se encontrar, alguém vai amar você, eternamente, para sempre e sem restrições.

ACONTECE, ANDRÉ, QUE ESTE AMOR SERÁ SEMPRE REPARTIDO ENTRE TODAS AS CRIANÇAS QUE ESTÃO ESPECIAIS.

AUTORIA E PARÁFRASE

SILVANIA MENDONÇA ALMEIDA MARGARIDA

NO DIA 30 DE NOVEMBRO de 2002 ÀS 2HS E 09MINUTOS.

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 02/10/2008
Reeditado em 02/10/2008
Código do texto: T1208277
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