Barqueiro Cego

Estou entre a fronteira do nada

E a barca que leva a tudo

Presenciando a eutanásia da vontade

Tornei-me um barqueiro cego

Cujos remoinhos que não vê mas ouve

Ensaiam a valsa moribunda

De um Danúbio freneticamente absurdo.

Moisés Salgado