Clamor da árvore

Você, ser humano, e eu temos pontos em comum

São seus abraços, os meus galhos

Seu coração, minha raiz

Ambos necessitamos de colaboração entre nós

Entretanto... Poucos de vocês me ajudam e referenciam-me.

Tratam mal logo a mim

Que faço parte integrante de sua vida

Em todos os lugares e momentos

Quando você senta, lê e escreve

Quando se sente protegido do frio e da chuva

Quando está no lar ou no escritório; no seu trabalho ou nas horas de lazer

Quando saboreia meus alimentos

Quando quer ar puro;

Quando quer chuvas...água

Quando quer enfeitar seus quintais, as praças, ruas e jardins

Enfim, quando quer viver.

Ah, ser humano, você não quer que eu viva,

Cortando os meus galhos, meu tronco, arrancando minhas folhas e raiz

Por desconhecimento, por ignorância ou maldade.

Elimina-me até mesmo quando estou no inicio da vida.

É certo que não falo com você

Mas o meu silêncio soa mais alto que sua voz

Não revelo emoções, mas sei reagir; não faço ameaças, mas ajo.

E causando-me danos, você também será ferido; desprezando-me, será

também ignorado.

Procure racionar, ó ser que diz ser racional:

Afinal, para que serve seu cérebro?

Só para torná-lo um materialista inconseqüente?

Então, apesar de tudo, vou esquecer seus atos negativos e propor-lhe um pacto.

Sim, façamos um acordo amigo.

De amizade recíproca e não unilateral.

Eu... continuarei sendo o que sempre fui.

E de você, espero bom senso.

Peço-lhe mais respeito e consideração.

Antes que seja tarde demais; antes que morra por suas próprias mãos,

Pois se não há você sem mim, eu não existo sem você.

JOÃO OSMAR
Enviado por JOÃO OSMAR em 13/03/2006
Reeditado em 14/03/2006
Código do texto: T122785