Clamor da árvore
Você, ser humano, e eu temos pontos em comum
São seus abraços, os meus galhos
Seu coração, minha raiz
Ambos necessitamos de colaboração entre nós
Entretanto... Poucos de vocês me ajudam e referenciam-me.
Tratam mal logo a mim
Que faço parte integrante de sua vida
Em todos os lugares e momentos
Quando você senta, lê e escreve
Quando se sente protegido do frio e da chuva
Quando está no lar ou no escritório; no seu trabalho ou nas horas de lazer
Quando saboreia meus alimentos
Quando quer ar puro;
Quando quer chuvas...água
Quando quer enfeitar seus quintais, as praças, ruas e jardins
Enfim, quando quer viver.
Ah, ser humano, você não quer que eu viva,
Cortando os meus galhos, meu tronco, arrancando minhas folhas e raiz
Por desconhecimento, por ignorância ou maldade.
Elimina-me até mesmo quando estou no inicio da vida.
É certo que não falo com você
Mas o meu silêncio soa mais alto que sua voz
Não revelo emoções, mas sei reagir; não faço ameaças, mas ajo.
E causando-me danos, você também será ferido; desprezando-me, será
também ignorado.
Procure racionar, ó ser que diz ser racional:
Afinal, para que serve seu cérebro?
Só para torná-lo um materialista inconseqüente?
Então, apesar de tudo, vou esquecer seus atos negativos e propor-lhe um pacto.
Sim, façamos um acordo amigo.
De amizade recíproca e não unilateral.
Eu... continuarei sendo o que sempre fui.
E de você, espero bom senso.
Peço-lhe mais respeito e consideração.
Antes que seja tarde demais; antes que morra por suas próprias mãos,
Pois se não há você sem mim, eu não existo sem você.