SE AS *BORBOLETAS PUDESSEM FALAR...

SE AS *BORBOLETAS PUDESSEM FALAR...

---, Tinhas predileção pela solidão- enquanto...

O bando do mundo ia a uma direção, apenas tu,

seguias o mesmo caminho, mas após esperares que

tudoficasse vazio.

Ali estava uma alma madura e sutil - embora um

pouco melancólica, expressava-se por escrito,

assim preferia, usava uma linguagem poética e

quase erótica. As borboletas a entendiam - eram

semelhantes...Ouviam-na através de laivos de

ternura e doce pesar por um mundo que

desapareceu (...ou talvez nunca tenha existido?).

Nela, a expressão mais íntima do lamento pela

Era moribunda (... e nascente?), na qual os homens

não podem ser verdadeiramente sábios e livres,

porque abandonam suas velhas idéias e ainda não

encontraram as novas que irão atraí-los para mais

perto da Perfeição. Por enquanto somente as

mariposas eram atraídas pela Luz.

*

(A borboleta, representa o exterior, aquilo que está constantemente se transformando, aquilo que não é real, mas uma ilusão. Por detrás da borboleta está a face da consciência, olhando para dentro, para aquilo que é eterno. O espaço entre os dois olhos abriu-se, revelando o lótus do desenvolvimento espiritual e o sol da consciência que se levanta. Através da ascensão do sol interior, nasce a meditação.)

Nos faz lembrar de não somente olhar para fora à procura do que é real, mas olhar antes para dentro de nós mesmos. Quando nos concentramos no mundo exterior, com freqüência nos assaltam os julgamentos -- isto é bom, isto é ruim, isto eu quero, aquilo eu não quero. Tais julgamentos nos mantêm prisioneiros das nossas ilusões, da nossa sonolência, dos nossos velhos hábitos e padrões.

Fátima Pessoa

Poética
Enviado por Poética em 14/03/2006
Código do texto: T123171