Fábrica de Chocolate

Semente nativa, perdida na natureza, levada pelo vento.

Bate em solo fértil, embebeda-se d’água da chuva, intumesce com o sol e seu calor, e brota.

Brota folha por folha até árvore frondosa. Floresce. E lá vêm as bagas.

Colhidas, selecionadas, de volta ao solo, de volta ao sol. Secas e pisoteadas, trituradas pelas gargantas sedentas de máquinas e moedores, vira pó, vira gordura.

Acrescenta-se o leite, o açúcar, condensa, compacta, dá-lhe forma. O brilho do papel e vai p’ra vitrina.

Lá vem a criança, olhos grandes, brilhantes. Estende a mão, solta o papel e leva à boca. Aperta os olhos, saliva, degusta e sorri. Lábios e dedos a lambuzar, feliz corre a brincar.

Fim de processo.

Maria A Gaigin
Enviado por Maria A Gaigin em 21/10/2008
Código do texto: T1240112
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