MALDIÇÃO
Por que o ácido não corrói até o incesto?
Por que sangra e não higieniza a tez?
Talvez peça; suponha, vomite.
Ora, eu!
Ingênuo e absorto
Com fantasmas dilacerados entre os dentes
É inverno na mente do poeta
O pascigo clama por esterco – na vida há tanto!
Suporá o pranto, desgastado e fútil
Porque inútil é a vida
Bainha de inverdades circundadas por cânceres hipócritas
Vida mesquinha, cidra enrosca
Nas nádegas dos sôfregos andantes.
Serei linha a me enforcar na aurora
Ó aurora! A ruborizada outrora
Que não me trouxe a décima dose
Nem primou por jogar geléia no pão amanhecido.
Outra vez, viro-me ao lado cego – ao circo
Mais cruel e imodesto, como pipoqueiro e galocha
A humanidade de olho no olho do vulcão
Eu aqui – o senão não segue – desabrochado.
Contudo, a ida dum morto em caleche vaga
Sangra, rosna e, putrefato, remexe
O corpo quente no antro novo da odisséia crua
[noivo da onomatopéia à grua]
À ojeriza tua!
Droga de vida!