"Tieta"

As pernas, hum que ócio bendito é apreciá-las assim: despidas e tão glamurosas. Desfilam sob minhas vistas, aturdidas e encolhidas de tesão, controlando-me para não evidenciar o desejo de tê-las em mim encostadas, entrelaçadas e esculpidas em meu corpo.

Os lábios, entreabertos e úmidos, a verdadeira apreciação do paraíso, que com a mordida me leva ao sem juízo, infinda perdição: o teu beijo sufoca a alma, faz-me descontrolado, enlouquecido menino.

Os seios, altivos e excitantes, levam-me à loucura sempre. Em riste ou não, aconchego sentido, passividade perdida, é decolagem garantida.

Os olhos, ah! Seus olhos gritam loucuras, eles dizem baixinho: “vem! Não demora, acalanta e me consuma!”

E então, numa sofreguidão gostosa seu corpo todinho me devora, e sem revide e nem luta, entrego-me rendido a toda suave batalha: bebo teu líquido saciando minha sede de prazer, alijo-me aos céus, feito vaga tempestade, e dissipo-me em moléculas de gozo e sossego.

“Se homem fosse, Tieta, a tragaria feito charuto cubano;

Mas como és mulher porreta: satisfaço-me cantando-a“.