Solidão

Às vezes, no silêncio do meu quarto, aconchego-me ao travesseiro e me entrego a longíncuos pensamentos, na ilusão de tê-lo ao meu lado.

E nesse meu pensar, vou driblando o tempo, vou aquecendo a alma e alimentando a esperança de que algum dia você possa preencher esse vazio.

Quantas noites o sono não vem e passo horas idealizando os momentos que se tornarão inesquecíveis entre nós.

Procuro concretizá-los e revivo-os nesta cama. Isto me consola, mas não sacia o desejo maior que é o de ter você aqui, envolto em meus braços e acariciado por meus beijos.

Não sei se isso é utopia ou loucura, mas prefiro continuar sonhando como os românticos loucos e os bobos felizes; pois isso me faz bem e me conduz a um plano onde não existe o pecado. E me transporto a esse mundo de felicidade plena onde há comunhão de almas e desejo de corpos.

Tomada por essas reminiscências, passo a noite envolvida neste lençol frio e sem cheiro, sem o seu cheiro.

Meu corpo desnudo implora o contato com o seu. E nesse louco querer minhas mãos deslizam como se fossem as suas, explorando minha geografia, trazendo uma falsa satisfação, pois não são as que eu desejo.

E nesse momento meu coração dispar, pulsa forte e se dá conta de que foi apenas uma viagem.

E nesse conflito interno eu pergunto:

MEU AMOR, CADÊ VOCÊ? ONDE ESTÁ QUE NÃO RESPONDE?

Licinha
Enviado por Licinha em 19/03/2006
Código do texto: T125371