BRINCANDO DE RODA

“Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...”

“Atirei um pau no gato-to...”

São tempos que lá se foram, saudades em ser criança.

“Se esta rua, se esta rua fosse minha...”

Ah! Se esse tempo voltasse, não mudaria jamais.

“Capelinha de melão, é de São João...”

Badalos que ecoaram, sinos que não mais tocaram.

“Sapo cururu, na beira do rio...”

Mamãe, lembrança marcante, boníssima infância.

“Coelhinho da páscoa, que trazes pra mim...”

Riquezas da vida em braços maternos vivi.

“Cuca comprida, que dorme no telhado...”

Papai foi herói nos tempos de trovoada. Não tinha medo de nada.

“A barata diz que tem, um sapato de veludo...”

Por isto e por tudo, eu criança dormia ouvindo canções de ninar.

“Marcha soldado, cabeça de papel...”

E nos tempos da escola! Livro e caderno traziam lição.

“Criança feliz, que vive a cantar...”

Quanta canção na lembrança ficou.

“Minhoca, minhoca, me dá uma beijoca...”

Os tempos que n’alma toca são sempre renovadores.

“Escravos de Jó, tocavam caxangá...”

Nos joguinhos da vida fui crescendo e a criança esquecendo.

“Terezinha, de Jesus, deu uma queda, foi ao chão”

O coração em nuanças viu-se envolvido na paixão.

“O cravo brigou com a rosa...”

Anos dourados! Crianças precoces! A pureza se foi como também a inocência...

“Serra, serra, serrador, serra o papo do vovô...”

Hoje, ainda quero ser criança e aos meus filhos sempre cantar estas antigas canções:

“A marchar a brincar e a cantar.

Hoje somos do mundo infantil.

Amanhã saberemos também lutar

Pela paz, pelo bem do Brasil”.

Júlio Sampietro
Enviado por Júlio Sampietro em 21/03/2006
Código do texto: T126364