SONO E SEDE

É só mais uma noite longe da Paraíba, um pouco de sono e sede .

Tudo muito natural, corriqueiro, pouco expontâneo, poesia então...

fico lembrando das horas passadas debaixo das árvores de Tambaú,

alí sim, o vento cantava as letras, desenhava os versos e o sol dançava ritimado pelas ondas pequenas e quentes daquele mar,

eu podia ver Deus criando com incrível inspiração a Lei da paixão.

Não há quem não se apaixone pelos uivos quase que silenciosos

das areias sendo empurradas pelo vento, rumo a destino nenhum.

E lá vem Maria com côco e cachaça, Maria das rendas e da voz firme ao cantar um dobrado de senhor de Naná. Essa rede me deixa ver a Paraíba dançar e matar minha sede e fome como quem brinca de

advinhar. Deixa pra lá que um dia volto ao mundo da vida, real, cheio

de choro, inveja, hipocrisia e muito nada ou quase nda se portanto como gente que sorrir e faz sorrir.

Volto levando a rede e os meus sonhos, a luz que ilumina o passado e não mostra a estrada do futuro, eu que me vire em procurar.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 06/11/2008
Reeditado em 10/12/2008
Código do texto: T1268481