O POEMA INODORO

Não publique o poema ainda inodoro.

Deixe-o de molho para que seja bem curtido.

Senão, sua visão nascerá caolha.

Mesmo que insista em ser parido,

convença-o de que o seu momento inda não o é.

Seu tempo não importa, e sim, sua atemporalidade.

A pressa da luz é apenas quimera que logo virará breu.

Será desconexo, chacoalhado,

mesmo antes de passar pela primeira estação.

Marcos Arrébola
Enviado por Marcos Arrébola em 12/11/2008
Código do texto: T1279820