O CREPÚSCULO DA VIDA

A voz quase sempre ausente e rouca,

Murmura palavras em monossílabas

Lentas, tristonhas,

Buscando em desalento

O carinho dos entes queridos

À sua ansiedade louca.

Ânsia de melhor ouvir,

Sentir e sonhar

Novamente os encantos

Das quimeras e lembranças

Tão vívidas em seu olhar!

Suas mãos cansadas e trêmulas,

Pousam sobre o encosto

Da velha cadeira vermelha...,

O mesmo vermelho a confundir-se

Vez por outra,

Com a luz do seu olhar

A marejar!

As emoções do presente

Não trazem como outrora

A alegria, o esplendor do porvir

E suas vertentes;

Apenas lembranças..., ternas lembranças

De um risonho amanhecer...

De tão longínqua aurora!

Seu caminhar é lento, indeciso.

O seu sorriso é brando

Entre as rugas a se untar,

Mas a serenidade é vívida

Tal qual, a suavidade do seu olhar!

Depusera dos sonhos e da ilusão

Para viver, enfim,

A indizível quietude

Da vida em refração.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 15/11/2008
Código do texto: T1284551
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