DEVANEANTE.

O que é isso?

Que me faz

Vagar nas brechas do tempo,

Percorrer o vazio do espaço,

Sondar o que sou;

Desalinhar o pensamento;

Sonhar com o que se foi;

Desejar tudo e nada;

Buscar a mim,

Sem me encontrar!

Quando tudo

Se funde

Já não sou,

Não quero,

Nem sonho!

E no vazio de um tempo qualquer

Embrenho-me, em desalinho, o meu ser.

Toma-me o medo, querendo me conduzir

Entanto, desvencilha-me do medo a liberdade

Liberta dos temores corro como dantes,

Nos caminhos pegadas dos meus pés descalços

E pelas nuvens os rastros dos meus pensamentos.

Pelos prados e colinas vagueio

E me encanto com toda a criação que

Parece me festejar, num brotar constante.

Orvalham-se meus olhos maravilhados ante

A contemplação desse mundo, onde me despejo,

E a ele me integro numa entrega mística e completa.

Admiro-me da mansuetude do instante, enquanto o arrebol

Penetrante se entranha em meu ser - O que é isso...!

Em êxtase não sei quem fui

Ou o que serei – Apenas sou...

Assim inexplicável, emaranhado,

Explicitado, em letras e sonhos - Devaneante!

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 20/11/2008
Reeditado em 20/11/2008
Código do texto: T1294362
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