DOCE SAUDADE

Às vezes me pego triste pensando em ti; e a tristeza me fere qual brasa viva.

Me desespero e a sua ausência queima meus olhos que vertem lágrimas de solidão.

Fico a pensar naqueles momentos lindos vividos em conta-gotas. Momentos que eu gostaria, durassem para sempre, mesmo sabendo que não é possível. Gostaria de sorrir, mas o sorriso não sai. Em seu lugar vem uma angústia que me seca a garganta, me arranha o céu da boca, me incomoda as narinas.

Tento de todas as formas disfarçar o desalento mas ele é tão presente em minha voz, meu olhar, meus gestos que é muito fácil para qualquer um notar o quanto triste estou.

E me perseguem as perguntas e eu fujo. Me procuram as ajudas e eu não quero. E vem o socorro e eu prefiro continuar enfermo, porque essa “doença” me mantém vivo e esperançoso.

Parece que se alguém me ajudar a te esquecer eu ficaria vazio, por que a única coisa de ti que ainda me resta é a sua distância, sua indiferença. O que me ampara é a vontade de reviver tudo outra vez, mesmo sabendo que depois o gosto será, ao mesmo tempo doce e amargo, bom e ruim, terno e odioso.

Triste saber que nossos momentos doces, hoje são amargas lembranças.

Triste saber que os momentos eram bons, doces e ternos apenas para mim.

Triste saber que de ti, de verdade mesmo, só possuo a saudade.

Muro das lamentações, caia sobre a minha cabeça. Quem sabe assim eu compreenda que as minhas dores são mínimas e até desprezíveis diante daqueles que perderam seu amor. Estes sofrem de verdade. Eu,... apenas choro a saudade de alguém que não tive.

JD - 28/03/2006 16:03