Deja Vu

Quando é noite, enfada-me os olhos,

De ler-te em cartas mortas, violadas,

Ver-te em poemas mudos, amuados.

Assi, me é a noite clausura,

Pendo-me por sobre a janela,

Luzes densas propalam corpos,

Refletidos na estuga, vejo passos.

Furto da lembrança momentos, e logo

Teu rosto queda por outros rostos,

Fico eu à sorver desgosto...

Até que o barulho se vai ao longe,

Se perde os passos por entre os cantos.

Lacrimejado, sina do meu ser amante,

Insisto altivo a vê-los,

Se dissipam dos olhos os passos,

Mas logo, n'outros que vem hás-de nascer.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 25/11/2008
Código do texto: T1302317