Frio e Saudade
Tarde fria com jeito de chuva. Sopra um vento incessante que
provoca arrepios, fere a pele dos transeuntes desavisados.
Cada um se protege como pode. Folhas soltas rodopiam no ar,
enquanto ao longe vão se formando castelos de nuvens acinzentadas. É a natureza se transformando, mudando o cenário do cotidiano.
Fico a observar o corre-corre das pessoas à procura de abrigo, à procura de aconchego. Por instantes, acabo me divertindo. Mas, uma rajada de ar frio me traz de volta à realidade do momento.
Assim como o vento que fere, sinto no coração a dor da saudade, força desse momento um tanto melancólico, que traz recordações de um amor que se foi pra não mais voltar.
Vejo-me a ruminar momentos de alegria, cheios de felicidade.
Tenho vontade de deixar a razão e ouvir somente o coração.
No entanto, aquele vento frio batendo na vidraça da janela,
explodindo no peito, me faz ver que não é tão simples assim.
Tenho saudade da sua presença, da sua companhia, da conversa
simples, mas um tanto insinuante, que de certa forma ajudava a esquentar ainda mais os nossos encontros.
Ah! Que saudade dos seus olhos a me olhar.
Saudade dos seus lábios a me beijar.
Saudade da sua boca, cheia de beijos pra me dá.
Saudade dos seus abraços, seu corpo a me enlaçar.
21/08/02