Frio e Saudade

Tarde fria com jeito de chuva. Sopra um vento incessante que

provoca arrepios, fere a pele dos transeuntes desavisados.

Cada um se protege como pode. Folhas soltas rodopiam no ar,

enquanto ao longe vão se formando castelos de nuvens acinzentadas. É a natureza se transformando, mudando o cenário do cotidiano.

Fico a observar o corre-corre das pessoas à procura de abrigo, à procura de aconchego. Por instantes, acabo me divertindo. Mas, uma rajada de ar frio me traz de volta à realidade do momento.

Assim como o vento que fere, sinto no coração a dor da saudade, força desse momento um tanto melancólico, que traz recordações de um amor que se foi pra não mais voltar.

Vejo-me a ruminar momentos de alegria, cheios de felicidade.

Tenho vontade de deixar a razão e ouvir somente o coração.

No entanto, aquele vento frio batendo na vidraça da janela,

explodindo no peito, me faz ver que não é tão simples assim.

Tenho saudade da sua presença, da sua companhia, da conversa

simples, mas um tanto insinuante, que de certa forma ajudava a esquentar ainda mais os nossos encontros.

Ah! Que saudade dos seus olhos a me olhar.

Saudade dos seus lábios a me beijar.

Saudade da sua boca, cheia de beijos pra me dá.

Saudade dos seus abraços, seu corpo a me enlaçar.

21/08/02

Wilcaro Pastor
Enviado por Wilcaro Pastor em 30/03/2006
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