Rio Piracicaba


Rio Piracicaba, uma pequena nascente de água pura e cristalina. Um fio de água que desliza encosta abaixo, serpenteando entre pedras e capins, à sombra de árvores frondosas.

Suas águas vão ganhando volume. Inicia então sua trajetória em busca de vida. Em prol da vida. Ao seu redor forma-se um ciclo de vida abundante. Peixes, aves ribeirinhas, animais e pássaros diversos dividem espaço e vida.

Vem deslizando sorrateiramente em direção ao Vale do Aço.  Marca a divisa entre Timóeto e Coronel Fabriciano e por onde passa, vai recebendo água de pequenos córregos e riachos. Vai crescendo, tornando-se respeitado. Ao longo de seu curso, vai formando sua história. Vai deslizando entre morros, estreitos e matas. Em seu leito vão surgindo represas, proporcionando qualidade de vida às pessoas que vivem à sua margem.

O Rio Piracicaba passa por povoados e cidades, deixando, às vezes, sua marca traiçoeira. Mesmo assim, sua história continua sendo de vida. No entanto, faltam-lhe com o respeito. Despejam em seu interior tudo que destrói a vida. Seu leito, antes tão caudaloso, é hoje, pouco mais que um esgoto a céu aberto.

Peixes não há, a água perdeu sua cor natural, sua leveza. Adquiriu tons escuros e opacos, mistura de lama, detritos, óleos e toda sorte de produtos químicos proveniente das grandes empresas e garimpos situados à suas margens. Nascemos da água. No entanto, estamos matando nossa principal fonte de vida, a água.

Hoje, o rio que faz parte do nosso cotidiano, que tanto tem contribuído para uma condição de vida melhor, pede ajuda. . .
Está morrendo.


05/05/95
Wilcaro Pastor
Enviado por Wilcaro Pastor em 30/03/2006
Reeditado em 14/01/2021
Código do texto: T130810
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