Um encontro com o sol

Um encontro com o sol

Dois elefantes encontraram-se num banhado.

Um desejava ofender ao outro,

Mas com muita sutileza.

Então, concordaram que cada um

Diria um pensamento seu ao outro.

O Elefante-gordo diz para o Elefante-+-que-gordo:

O martelo prega

Um sonho na parede.

Ele diz que da janela

O sol + bonito que na parede.

A aranha desconhece

Que as moscas

São de uma porca espécie.

Sabe apenas,

Que não há rima para a morte.

O Elefante-+-que-gordo bate

As patas no chão

-é a forma deles agradecerem-,

mas, logo declara o seu poeminha:

É tão triste e distante

Desconhecer uma trilha

E, nesse instante,

Por descuido, deixar-se à matilha.

É tão triste e deselegante

Que num dia de sol deslumbrante,

Eu, um tolo elefante,

Torne-me um farsante.

O Elefante-gordo concorda

Que o Elefante-+-que-gordo

É muito mais irônico,

E, por isso, convida o amigo

Para tomarem banho

Na primeira poça que avistam.

César Piscis
Enviado por César Piscis em 06/12/2008
Código do texto: T1321369
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