OU SILÊNCIOS

Queria que fossem as palavras, a fazê-lo.

Que falassem das emoções e dos anseios,

do tempo esculpido em horas de pedra.

Que trouxessem á memória e á claridade

as profundezas mais guardadas de todos os baús.

Que exorcizassem todos os mal entendidos,

e expurgassem o mundo de todas as dúvidas.

Que simplesmente tivessem o peso do que dizem

e se revelassem o produto de escolhas felizes.

Queria que fossem as palavras, a fazê-lo...

Mas não objeto a que sejam os silêncios.

Desde que, depois deles, haja histórias a partilhar,

na intimidade cúmplice de alguma fogueira.

Desde que mantenham as mesmas certezas

das palavras que algum motivo conseguiu impedir.

Desde que façam parte do hino

que á vida se canta o tempo todo...

Dez 2008

Henrique Mendes
Enviado por Henrique Mendes em 07/12/2008
Reeditado em 11/12/2008
Código do texto: T1323218
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