Prata em preto

E Deus sacode o mundo

afogando estrelas

num baile negro,

entre lágrimas azuis

parindo madrugadas,

em cujo Mistério

se fizeram poemas,

que vão desde mentiras

ao desencanto material!

Luzes se afundam dentro da noite,

agonizantes garras suicidas,

e a mulher submerge ardente,

sacudindo até esvair-se seu brilho,

que segue a fria estrela errante...

e apenas lhe deixa o olhar distante!

Mas Deus abre a Luz, a cama,

a carne revolta e a desert’alma,

girand'o mundo par'ele não morrer,

e na dança se ergue viva a dama

da canção inaudível, mas reclama

que o breu a persegue sempre a correr!

Santos-SP-05/04/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 05/04/2006
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