Meu íntimo

Poucas vezes, mexi na profundidade do meu mais íntimo sentimento.

E neste mais profundo, encontrei um universo inesgotável.

De perdão e vingança

De ódios e amores adornados

De doces e amargas lembranças

De tristezas e alegrias

De vida cheia e vazia.

Muitas vezes ficava outras ia.

Dores ganhas, felicidade perdida.

Amigo que chegava, outro que partia.

Um mundo tão imenso

Povoado e silencioso

Nas curvas, um vasto tesouro

Nas retas, um minguado ouro.

Rios de imensas alegrias

Correm por entre encostas vazias

Córregos de tristezas batem sobre pedras tão frias.

Mares azuis de serena amizade

Mistura-se a turbulência das águas escuras da maldade.

A brisa solta do amor

Sobrepõe-se ao vento que açoita a dor.

A garoa fina e gostosa do perdão

É mesclada de forte tempestade de vingança

A claridade do sol em enorme paixão

Ao mesmo tempo escura noite de mansidão

A terra seca e árida do orgulho

É molhada com chuvas de humildade

Aonde nascem cravos multicoloridos

De uma doce e branda felicidade.

É um mundo tão imenso este que tenho guardado

E anos a fio, eu o tenho namorado

A sete chaves, assim, está tão fechado

Que poucas vezes eu o penetrei

E nestas raras vezes, eu o adorei.

sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 18/12/2008
Código do texto: T1342989
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