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Vinte e dois, arcano do louco, do que não se contenta com pouco. Início e fim sem meio, sem arrependimentos, sem bagagem, sem receio.

Duas vidas e dois caminhos, dois personagens opostos e sozinhos, múltiplas possibilidades, diferentes realidades.

Vinte e dois, uma lenda para criar, uma história para escrever, um mito para eternizar, uma sede infinita de viver.

Vinte e dois, unindo laços, acertando passos, mostrando onde está a luz, um olhar que mais que sugere, simplesmente seduz.

Incompreensível, inatingível, parceiro, guerreiro, vazio, frio,

exigente,indiferente, ótimo amigo, implacável inimigo, altivo, vingativo, ora cruel,ora puro mel.

Imprevisível.

Indefinível.

Vagando ao sabor do vento e das marés, enfrentando todo e qualquer revés, na eterna busca do amor verdadeiro, não do efêmero e passageiro, o que dura uma noite e nada mais, apenas um adeus vazio num apócrifo cais.

Aquele que só existe na nossa união, nos nossos corpos exalando paixão, nas nossas mãos insaciáveis, nas nossas línguas incontroláveis, no nosso encaixe perfeito, nos nossos corações batendo em uníssono em um só peito.

Vinte e duas mil vidas te buscarei, vinte e duas mil declarações te farei, onde fores a rainha, serei teu rei,onde estiveres confusa, serei tua lei.

Mais um ano que termina, mais páginas escritas na nossa sina e esse louco amor menina, só aumenta e nunca termina.

Venha cá, não seja modesta, você é toda minha festa e só o que eu sei é ser seu, você é tudo em que acredita esse coração ateu.

Leonardo Andrade