TÃO SOMENTE SÓ (reeditado)

O toque nu, frio e imutável da solidão retarda meu sono.Eu sinto a ausência da uma voz briguenta que seja, mas que seja uma vez solidária.Vejo as luzes brilharem no horizonte, luzes que se acompanham, estrelas e astros enamorados, um lume que faz renascer no pensamento o desejo de receber novamente aquele amor repartido entre carinhos.É fria a voz única do vazio, e tardia quando pronunciada a sua presença.Pois sou um tímido arrogante, que partiu das flores artificiais para as dores que singram lágrimas de arrependimento. Sou assim, um fraco coração buscando um futuro ao lado apenas de um olhar compreensível e de um sorriso de esperança. A solidão me faz repensar a noite, seus segredos e suas paixões. Sua música distante e seus medos infantis. É pouco o sono para tantos sonhos impossíveis, porque do possível partiu a música que me deixou sozinho. Que seja pelo menos uma solidão inspiradora, que me traga versos, múltiplos versos alegres, para um poema digno de uma festa embalada por uma multidão de poetas solitários. Porque a solidão de um, faz. na reunião de todos, um universo de afetividade lírica.