MEDIATRIZ
Por quantos olhares passaram meus côncavos
e meus convexos
Minhas linhas retas
Minhas curvas perigosas
Minhas bifurcações?
........................sei não......
Sei apenas que meus côncavos foram um pouco mais convexos,
A mesma coisa, uma mistura, o inverso
Que minhas linhas retas, foram curvas
e minhas curvas, assim, meio reta,
um traço desgovernado em volta de qualquer coisa,
Sem paralelas, o encontro de encruzilhadas, o ponto zero
indo em qualquer direção.
Como queira, minhas incertezas!
Aqui estou
Sirva-se a vontade de minhas geometrias
Onde nem sempre A é igual a B, mas diferente
De tudo, é intrinsecamente semelhante.
Não importa a quantos graus do ângulo de
Minha visão ou a um palmo de meu nariz
Levanto-me por um eixo qualquer,
Ponho em prumo as minhas questões baratas
Filosóficamente incorretas, incoerentemente corretas
Traçando uma perpendicular pela minha
Espinha dorsal, deixando em alerta minha alma
Descobrindo minha mediatriz.
Pro quantos olhares passaram meus côncavos e meus convexos,
Minhas linhas retas
Minhas curvas perigosas
Minhas bifurcações?
........................sei não......
Sei apenas que sou uma linha reta, abstrata
Uma curva perigosa na estrada
Uma estrada côncava, solitária
Um convexo multifacetado.