Ano velho.../ com áudio

Todo ano que se preza sempre tem ponto final, nós, porém, não nos lembramos que apesar de agonizante, esse velho não morreu. Empenhado no gestar de um novo ano, para o qual nos transportamos esquecidos que o caduco ainda vive. Mas, por ser ano passado -já capenga e esclerosado- esquecemos o coitado, solitário, amarrotado e entregue à própria sorte, numa dobra do espaço, requentando em agonia e aguardando o seu se dar à eternidade...

Preparamos com bebidas, e, também com muitos fogos, o devir desse esperado nascituro, remetidos à esperança, que tal qual o velho ano -nos primórdios- prometera.

Gira a roda da ilusão, repetindo -eternamente- sempre a mesma ladaínha, e, "felizes" nós ficamos na torcida, esperando as promessas se cumprirem...

Quem escuta o meu falar, tem razão para pensar que sou mais um daqueles chatos, pessimistas de plantão. Mas, não sou... Isso, eu garanto!

Com essa prosa eu pretendo -apenasmente- estar junto desse velho nos instantes derradeiros, quando o último suspiro expulsá-lo dessa vida, despachando-o rumo ao tempo; apagando-o no infinito, mas, que às vezes, nos emerge na memória com lembranças -más ou boas- colorindo nossas vidas...

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 30/12/2008
Reeditado em 30/12/2008
Código do texto: T1360041
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.