REINO DE PEDRAS

Podemos fechar as portas maciças do reino de pedras,

dormir ao efeito dos antigos feitiços,

acordar envolto no mesmo lençol que cobria os guerreiros

e cobrir o rosto com suas mascaras.

Gladiadores de todos os dias,

somo nós, no mesmo reino

um sorriso esfomeado,

uma espada para cortar o lamento.

Os bobos da corte manuseando a capa do rei

comandante supremo do mesmo mal.

Um caminho que leva a masmorra,

onde as sombras tem espíritos,

um choro de lágrimas pigmentadas

quando as cores se misturam

as mortes se igualam.

Primaz comandante impiedoso

os vassalos lambem o chão,

os cortes se aprofundam

e a mentes se definham.

Os cadeados trancam os portões,

as bocas se calam,

a voz que quer gritar, surra os timbres

as algemas marcam os pulsos.

O nobre de passos cadenciados,

o lugar ainda é o mesmo para todos,

o reino tem escadas,

mas os mendigos também tem pernas.

A torre é bem alta,

do alto, os urros viram sussurros

os chicotes labutam sobre a pele suada,

o sangue que corre, é o mesmo que escorre.

Um conflito que gera um grito,

um bando de aflitos, talvez filhos da mesma cria.

Fecham-se as portas do reino de pedras

impedindo que os esfomeados entrem e comam tudo,

os renegados já mastigam o ódio desde que nasceram,

a voz que quer gritar não tem força motriz para abrir o portão.

A torre do reino é bem alta,

mas o céu ainda está distante

do alto, não enxergamos as cores dos corpos

e nem a distinção entre eles.

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 13/01/2009
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