Da fé nas coisas inacontecíveis

Da fé nas coisas inacontecíveis

16ABRIL96

Sinto que me chamas para perto

de teu seio de fogo e recriminações.

Sinto que me sugas quando penso

que tenho sobre ti um domínio qualquer.

Na mais pura verdade, és tu que me tens

por pequenino escravo e resolvedor.

Sei do tempo que perde-se

nas incontáveis memórias daquilo

que poderia sido ter, e que não foi,

por descuido de oportunidades de ouro.

De ouro e de escravos a vida resume-se sempre.

As coisas brilhantes e opacas.

Vidros e terras. Barões e homens. Tu e eu.

E para além daquela linha

que nos divide em 2 criaturas incompatíveis,

existe um pouco de ternura:

Só o suficiente para olharmos para lá

e aceitarmos que fogo e água sejam irmãos. Companheiros.

Gelo e sol. Como é possível?

Mas o horizonte é sempre para onde olhamos...

César Piscis
Enviado por César Piscis em 18/01/2009
Código do texto: T1391988
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