Alice no País das maravilhas.

Quisera eu poder encontrar teu mundo, Alice!

Nas desventuras de Carroll, na pressa do coelho, nos conselhos que foge à realidade (mas quem sabe definir a realidade?) de uma lagarta ou o sorriso de um gato listrado...

Quando houve então o silêncio, ardeu por fim o barulho de um supra-sumo helênico. Sem referências ao meu mundo, te trouxe o mundo, o fundo, o barulho que ainda sopra por entre as videiras, que mornas, colhem a luz solar como uma dose de deboche perante uma dor abstrata imaginada apenas pra realçar o minuto final do início interminante.

Morri em dias duros, em poços fundos, em mundos obscuros vendo a luz do escuro. Me vi em passos jamais sonhados, em sonhos jamais vividos em todos os passos, em todos os traços revelados.

Me vi correndo atrás de um coelho que era o meu fim, e por mais que eu quisesse muitas vezes o alcançar, ele ainda estava longe... O que eu faria quando eu o alcançar?

Pois bem, no rol das dúvidas que escrevo, no desenrolar das certezas que ainda blasfemo em dor e desespero cotidiano de um mundo longe do meu onde tudo é colorido, lisérgico e docemente proposital é que paro para refletir.

Não busco a certeza, para realçar a minha dúvida.

Não busco companhias, para me dar conta da solidão.

Não busco tudo, para conhecer o nada.

O que busco vem e chega, mas tenho que correr atrás.

Sob um pano docemente infantil, o melhor dos conselhos.

Mateus Müller
Enviado por Mateus Müller em 22/01/2009
Código do texto: T1398867
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