O monstro dos olhos cor de mel

-Me olha nos olhos e me diz que tu não me ama-ela disse.E ele chorou,chorou...

Caíram lágrimas de seus olhos melancólicos e tristes,que ,outrora ,com ela,eram tão felizes. Evitando olhá-la,porém acabando por olhá-la,já que não havia escapatória,ele tentou,e soluçou,como soluçou,mas a palavra “não” em sua boca ficou. Já o “eu te amo” escapou, e ele sabia,sabia que era isso o amor.Tão sublime,mas tão mal,em maltratá-lo com atos impensados e pensados,cujas conseqüências seu coração já não agüentava mais,estava desgastado. “Monstro dos olhos cor de mel”pensou, “antes fosses feia,antes fosses a mais desencantadora , antes fosse outra pessoa,mas és tu mesma, e cada vez que te vejo há menos perspectiva de me libertar de ti.Monstro maravilhoso,que quando quer é amoroso, que quando quer é o mais saboroso,mas sabe me fazer de escravo, ao olhar docemente meu rosto...” E os dois choraram,por que sabiam que algo ali não havia se acertado,haveriam ainda muitos outros encontros e palavras entrecortadas de silêncios pesados.Dúvidas,questionamentos,decisões,e aonde ficariam os perdões?

-Adeus,-ele disse,

-Adeus,-ela respondeu, e de alguma forma, nos dois, doeu.

Por quê o amor existe e traz tanto sofrer?

Não sei,não me pergunte,ninguém sabe o porquê de tudo assim ser...

Adriana Monteiro
Enviado por Adriana Monteiro em 23/01/2009
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