Ao som da minha viola

Ao som da minha viola

Vanderli Granatto

No dó da minha viola, toquei a minha dor.

No ré relembrei da juventude, o sabor.

No mi minha sina, entoei.

No fá fabriquei sonhos, inimagináveis.

No sol da minha viola,

solicitei a felicidade ao bom Deus.

No lá lancei minhas esperanças,

por melhores dias esperei.

No si sinfonias de amor elaborei.

Dó, Ré Mi, Fá, Sol, Lá, Si...

Ponteei a pobrezinha até me cansar.

Chorei minhas angústias, lamentei a sorte,

cantei alegrias, recitei versos de amor.

Tocando as mágoas na viola, desabafei a minha dor.

Percebi com ela que a saudade era companheira,

não só trazia lembranças, declarava a mim própria, as verdades.

Era imenso o amor que em meu peito carregava.

Para tirar as ansiedades, todas tardes eu tocava.

A viola e a saudade viraram companheiras inseparáveis.

Com elas tudo revivo, como se real fosse

e não só lembranças de um passado.

Dó...ré...mi...fá...sol...lá..si..

Ao som da viola também destravo minha timidez,

canto a euforia, mando prá longe

as mágoas, as desilusões, fico feliz, sorrio como ninguém!

Cada nota das cordas tiradas, me deixam empolgada.

Descanso ao som de minha viola.

Judio da pobre coitada, mas sinto, que com ela,

encontrei a paz que sempre almejei.

Dó... ré.. mi...fá...sol...lá....si...

Vanderli

08/02/2009

Botucatu/SP