Samba Poético

Aconteceu como história infantil, com “era uma vez” e pro dia nascer feliz. O nosso amor a gente inventa pra se distrair. E assim foi. Nada pode ser mais lindo do que o nosso amor... E dizíamos ‘eu não sei parar de te olhar’! Completamente apaixonados... Pensamos até em construir uma casa muito engraçada, sem teto nem nada.

Foi quando você abusou, tirou partido de mim, abusou. E você se esqueceu da nossa velha infância, da nossa ideologia! Abalou. Mas alguma coisa aconteceu no meu coração e não é fácil, não pensar em você... Porque ainda lembro o que passou, eu você em qualquer lugar, dizendo aonde você for eu vou... E resolvi ainda tentar, pedindo pra você, em vez ficar pensando nele, em vez de você viver chorando por ele, que pensasse em mim! Então, exigi uma resposta dizendo ‘tira essa bermuda que eu quero você sério’. Foi quando percebi que você não gostava mais de mim mas eu gostava de você mesmo assim... Que pena, que pena.

E decidi. Eu sei que você gosta de brincar de amores, mas, ó, comigo não. Agora, pra ser sincero, não espero de você mais que educação! Mas a gente sabe que esse humor é coisa de um rapaz, que sem ter proteção, foi se esconder atrás da cara de um vilão. Na tonga da mironga do kabuletê! Pra não dizer pior. Se com cinco ou seis retas se faz um castelo imagine então um barquinho de papel marche. Ou magamalabares no barquinho ‘ochaiê’. Agora agüenta, coração! Explode coração. Já me disse te pego na escola e encho a tua bola com todo o meu amor e já te cantei plut plat zum sem dó nenhum.

Mas agora chega! Não posso ficar nem mais um minuto com você! Vou antes que gritem: Joga pedra na Geni! E vou ficando por aqui neste samba apaixonado, com o coração partido, nessa bossa equilibrista, lhe tiro meu chapéu de côco, porque esse papo teu ta qualquer coisa... Você já ta pra lá de marraquechi!

Carol Bahasi
Enviado por Carol Bahasi em 22/04/2006
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