JANELAS...

Lá fora,
janelas e mais janelas...
umas velhas, outras novas.
Limpas ou sujas,
as janelas me olham,
eu olho as janelas...
Mas eu espio e vejo as janelas...
Elas apenas me ollham;
não me veem.
Também nada me dizem.
Com os olhos do pensamento
penetro no interior do prédio.
Invasão?
Não, não é invasão;
janelas abertas são um convite.
Gente alegre, gente feliz...
Mudo a mira: há alguém doente que sofre e geme.
Ao redor, uma tentativa de minimizar a dor..
Desvio o olhar e eis-me a vislumbrar o além,
não mais o além da janela:
Além do horizonte...
 É o infinito
que um dia me espera...

Cerro a cortina...
Mergulho no vazio...