A um grande amor!


Alonguei o meu olhar ante o espaço que se desfraldava diante de mim devassando as tuas entranhas naquela manhã em que te mostravas qual noiva pudica na sua primeira noite com o amado.Engrinaldada com um véu diáfano onde múltiplos matizes buscavam se mostrar, eras a noiva mais linda que os meus olhos mortais já viram.Como pude passar tantos anos sem perceber a tua beleza ó minha amada menina?! Como fui capaz de renegar-te como se tivesses culpa pelas ações maculadas de muitos dos teus governantes?! Ah! minha doce, meiga e amada Jequié! Nem o teu centenário te envelheceu pois estás cada vez mais jovial e bela.A sabedoria sim, permeia o teu solo onde se escondem as histórias dos teus desbravadores, os nossos antepassados. Hoje,quando atravessamos momentos difíceis ante a epidemia de uma doença que está nas nossas mãos o controle, e nem sempre o fazemos:a dengue, querem te incriminar julgando-te uma cidade vulgar e suja.Eu  me pergunto: quem te tornou vulgar e sujou as tuas imaculadas calçadas?! Nós, apenas nós! Abriste os teus braços generosos envolvendo-nos nas tuas curvas cercadas de morros cobrindo-nos com o teu mais puro e caloroso amor.Acolheste os nossos sonhos estimulando o nosso ânimo ofertando-nos a visão do mais belo poente do universo e não soubemos te agradecer ante tantas riquezas. Somos nós os culpados sim. És a nossa vítima! No teu seio eu nasci e nele hei de deixar os meus despojos carnais a fim de que os átomos que o compõem dispersos no ar, venham a compor e entoar um hino de amor  exaltando as tuas excelências. És merecedora sim! Beijo as tuas entranhas rendendo-te as mais puras e sinceras homenagens.

Bjs,soninha
http://www.javier.com.br/boletins/boletim_javier92.htm