" Educação Excludente"


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Logo após a Independência
Deu-se os primeiros passos
Educação profissional
Na época era um fracasso
Mas nas grandes zonas urbanas
Gente de todas as bandas
Já começava o inchaço
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O processo migratório
As elites preocupavam
Com a marginalidade
Que as ruas ocupavam
Pra este povo ocioso
Que já era numeroso
Ocupações precisavam
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Foi ensinado na época
A profissão de ferreiro
Na composição do quadro
Treinou-se pra marceneiro
Mas por pura proteção
Teve segunda intenção
Carpinteiro e serralheiro
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Os industriais da época
Como também o governo
Não achavam necessário
Para o momento o modelo
Não fizeram muita ação
Para esta decisão
Pra eles era exagero
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No Brasil houve a fusão
Do índio com português
Da África chegou o negro
Com o encontro dos três
Com tanta adversidade
Fizeram esta maldade
deixar o negro sem vez
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Ficando o negro excluído
Escola não freqüentar
Esse fato já acena
Que de fora ia ficar
Parte da população
Sem uma educação
Por não poder estudar
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Essas medidas excludentes
Por muito tempo durou
Quatro séculos se passaram
Mas nada disso mudou
Sós trabalhos manuais
Traços esses culturais
Que a elites adotou
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Educação no Brasil
Um modelo se adotou
Persistindo um dualismo
Excludente enganador
Tinha a escola do pobre
Outra pra filhos de nobre
Estudar pra ser doutor
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Educação profissional
Pobre já tinha direito
Aprender a profissão
Fazer trabalho perfeito
Foi esta a educação
Que durou por um tempão
Até mudar seus conceitos
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A escola para rico
Já tinha nível elevado
A qualidade era outra
Com mestres mais preparados
Para atender as elites
Que ainda hoje existe
Um modelo separado
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No Brasil estas escolas
Não se ver impressionada
Antes de nossa república
Ser ela pressionada
Bastava ler escrever
Era este o seu dever
Não precisava mais nada
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Na época o ensino médio
Dava o prosseguimento
Para quem fosse estudar
Galgar outro seguimento
Mas para uma profissão
Não era a sua missão
Mas só em outro momento
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Mas com a nova república
Surge idéias e pensamentos
Acredita-se no regime
Com novos melhoramentos
Avança o curso primário
Não podia ser contrário
Foi bom esse surgimento
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Chegaram-se os anos trinta
Não houve avanço real
O ensino profissional
Não era ainda ideal
Só no governo de Vargas
A profissão teve vaga
E um avanço total
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Nesse período histórico
Após a revolução
O Brasil toma outro rumo
Precisa de formação
De pessoal preparado
Competente e educado
Exercendo a profissão
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O SENAI entrou em sena
O SENAC avançou
Juntos as escolas técnicas
Qualificar começou
Ensinando a profissão
Cumprindo sua missão
Seu papel desempenhou
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A industria precisava
Aumentar a produção
Seu quadro estava carente
De gente com profissão
Para tocar a jornada
Era uma luta travada
Na sua organização
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Termina a segunda guerra
O povo se questionou
As elites abaladas
No rumo se tomou
Com avanço democrático
Esse modelo mais prático
Fez o povo ter valor
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Surge oportunidade
Para aqueles mais carentes
A escola prioriza
Um primário mais urgente
Tomou-se esta decisão
Foi esta uma grande ação
Pra atender nossa gente
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Escola pra formação
De novos profissionais
A industria pressiona
A cada dia quer mais
O governo de repente
Foi enérgico e mais urgente
Para não ficar pra traz
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Nos governos militares
Modernizar tinha pressa
A escola acomodada
A crítica em cima sai dessa
O elitismo passou
Nosso Brasil avançou
Sai da frente vamos nessa
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Cinco meia nove dois
Foi a lei que introduziu
Primeiro grau de oito anos
Na história do Brasil
O segundo grau com três
Foi coisa que ninguém fez
Mas o governo incluiu
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A mesma lei obrigou
Em nossa educação
O ensino profissional
Como uma obrigação
Pois o Brasil precisava
A industria desejava
De gente com profissão
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Assim a lei impediu
A secular tradição
Que antes não obrigava
Ensinar a profissão
Mas agora vinculava
Todo processo passava
Por esta legislação
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Quem não ensinava o técnico
Tratou de se adequar
Cumprindo a legislação
Procurou se enquadrar
Mesmo de contra vontade
Ensino sem qualidade
Mas teve de ensinar
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Mesmo a lei sendo cumprida
Houve as contradições
Em parte banalizou-se
Por falta de condições
Não havia orçamento
Para este investimento
Foi grande a decepção
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Grande parte revoltou-se
Com esta obrigação
Começando um fracasso
Foi grande a badalação
Foi essa lei revogada
Na história estar gravada
Nos anais da educação
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Foi “reforma da Reforma”
O nome do movimento
Livrando a obrigação
Que dava constrangimento
Aqueles que estudava
Mas profissão não pensava
Fazer naquele momento
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Na prática essas medidas
A escola liberou
De qualificar alunos
Com profissão sem valor
Qual diferencia fazia
Se o aluno não queria
Quanto mais o professor
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O tempo passou ligeiro
Tem nova constituição
Surgindo uma nova lei
Com outra legislação
Que vigora no sistema
Diminuiu tais problemas
Da nossa educação



AUTOR:
//Anízio, em 23/06/2006
www.aniziosantos.recantodasletras.com.br







Azsantos
Enviado por Azsantos em 25/04/2006
Reeditado em 20/09/2011
Código do texto: T144873
Classificação de conteúdo: seguro
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