Arquitetura do inconsciente

A inspiração é a tradução de um idioma não conhecido, mas sentido. E para sentir é preciso se expor seja por conhecimento ou experiência, conhecer as fugas que pra viver, necessariamente mata. Tecer a arquitetura do inconsciente por ler Freud. Escrever, quem sabe fotografar numa película sem fundo, a ausência fixa da loucura, ou penetrar profundamente nas páginas que o tempo não volta, e respirar a memória, as brincadeiras de infância. Tentar em vão sentir o abraço de alguém que se foi, reclinado num sono, dissolvido pelo solo que um dia floriu. E assim versejar sem ordem ou regra, motivo ou equilíbrio.

Entre um verso e outro, a imaginação alimenta a inspiração. É preciso imaginar, mas imaginar nem sempre é sentir, muita vezes é reinventar os pilares do conhecimento ou o fluxo da experiência.

São Paulo.

13/02/2009.