Ao sabor do coração

Oh! Minha querida, como é bela a natureza. O despontar de um novo dia, o sol beijando com seus raios dourados a relva ainda molhada pelo frescor da noite. Os pássaros gorjeando como se fossem emissários de uma vida que surge, renasce a cada amanhecer, trazendo consigo o amor, força que brota em cada canto de cada coração, que às vezes nos prega peças, nos torna enamorados, nos toma pela mão e nos leva em direção à felicidade.

Ah! O entardecer. O entardecer faz parte da paisagem que contempla a vida com sua beleza de formas coloridas. Mas, nem sempre os dias são claros e transparentes. Muitas vezes ele se finda com um entardecer opaco e acinzentado. Uma nuvem negra ronda por perto, fazendo com que os olhos se encham de lágrimas, encobrindo a visão, impedindo de se ver o amor, de acreditar na pessoa amada, de enxergar a beleza que é a vida.

Ah! À noite. A noite vem completar a beleza natural da vida. A lua com seus raios prateados se torna cúmplice dos corações enamorados. Ao longe se ouve o som de diversas aves noturnas, mistura do belo e melancólico. Assim é essa nossa vida, tão bela e gostosa de se viver e muitas vezes não vivemos por causa do nosso egoísmo, por não sabermos compartilhar com alguém os doces momentos que essa vida nos oferece. E assim, vamos vegetando migalhas de amor, como pobres pedintes.

Ah! Minha querida, quando perdemos a sensibilidade e o discernimento, quando toda essa beleza deixa de falar por nós, então é preciso que deixemos de lado todas as diferenças, revermos cada nascer de um novo dia, deixar-se molhar pela brisa fresca. Brisa que encharca os corações e os tornam tão sensíveis. Quando nos falta a visão do belo, quando as palavras desaparecem e o diálogo se dissipa, porque não deixarmos que flua a linguagem do coração, que ele nos torne mais próximos, que nos conduza à vereda do amor e à felicidade plena.

08/03/02

Dia Internacional da Mulher