O inimigo de Narciso
O inimigo de Narciso
26.12.90
Não precisa + tanto desespero.
Agora talvez conheço você.
E conhecendo esse coração ferido
e essa cabeça repartida,
digo-lhe que não sofras inútil.
Não há esperança fora de nós.
Somos nossa doença e remédio,
e o último dia de uma vida
também pode ser o + bonito.
Viveu sempre você nesses clarões
que um jovem carrega,
mas agora é hora de iniciar
uma trilha nova:
Esse caminho chamado esquecimento!
Ponha a todos de lado,
principalmente os olhares
cheios de significados!
Deixe pra lá a suavidade,
delicadeza e tão longos cabelos!
E isso, não porque
você se chame Orfeu, porém,
por ser tão tarde para aprender.
Vem comigo agora!
Vamos para a praça vazia
cantar e usar as mãos e os pés!
O frio nossa casa!
Sejamos distantes,
pois é o que somos...