O inimigo de Narciso

O inimigo de Narciso

26.12.90

Não precisa + tanto desespero.

Agora talvez conheço você.

E conhecendo esse coração ferido

e essa cabeça repartida,

digo-lhe que não sofras inútil.

Não há esperança fora de nós.

Somos nossa doença e remédio,

e o último dia de uma vida

também pode ser o + bonito.

Viveu sempre você nesses clarões

que um jovem carrega,

mas agora é hora de iniciar

uma trilha nova:

Esse caminho chamado esquecimento!

Ponha a todos de lado,

principalmente os olhares

cheios de significados!

Deixe pra lá a suavidade,

delicadeza e tão longos cabelos!

E isso, não porque

você se chame Orfeu, porém,

por ser tão tarde para aprender.

Vem comigo agora!

Vamos para a praça vazia

cantar e usar as mãos e os pés!

O frio nossa casa!

Sejamos distantes,

pois é o que somos...

César Piscis
Enviado por César Piscis em 28/02/2009
Código do texto: T1462093
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