O que eu queria

O que eu gostaria de ter

é bem diferente do que possuo

teu beijo gélido ao luar

um consolo , ou carinhos trocados

por mãos trêmulas de felicidade.

( era de fato tudo o que eu queria,

nem que fosse por um instante.)

Perdido, longe em algum lugar

(talvez pra sempre, já que esqueci

como contar o tempo,...)

onde nunca te encontrei antigamente,

nas muitas vezes que prometestes,

dizendo o que jamais iria cumprir.

Quão débil, era o teu olhar

( e mesmo assim fascinado,

estive longe de perceber...)

pedindo um pouco de silêncio,

e tão parvo que eu era,

não conseguia escutar o quão belo

era o teu gesto, teu sorriso

embora me chegasse aos olhos,

não alcançou meu coração.

oh Minha querida...nada possuo

( é bem diferente você desejar,

mesmo sozinho estou contigo. )

nessas minhas entranhas dilaceradas,

consigo apenas mirar, o teu semblante.

Tua morte foi meu sepulcro,

o sangue que escorre agora

( embora frio e púdrido, me é tao lindo. )

O que eu gostaria de ter,

( nesse momento sórdido )

era mais uma vez,

o punhal com o qual eu dilacerei tua carne,

para que eu pudesse nesse momento

(eternizando um segundo,

sem sobrecarregar o espaço )

perfurar meus olhos,

e não ter morrido fitando teu reflexo

em cada peça desse espelho escatológico.